Falce
A advocacia é antes de tudo uma arte. É uma função social que desenvolvemos.
Advogar não é para qualquer um.
A arte de advogar requer destemor, amor à profissão, maestria, abnegação, disposição e talento. Muitos estão trilhando os caminhos de um curso de Bacharel em Direito, mas sequer sabem a grandiosidade e importância deste profissional no seio da sociedade. No artigo 133 da Constituição Federal de 1988, dispõe que: “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”. Tratando-se de uma profissão indispensável ao exercício da administração da justiça, o advogado carrega sobre seus ombros o encargo de prezar pela justiça, fazendo jus à responsabilidade que lhes foi outorgada.
Sempre afirmamos que advogar está no sangue, na vocação, no chamado, na aptidão. Ser um advogado, não é simplesmente sentar nas cadeiras de uma universidade superior por 5 anos e estar de posse de um diploma ou mais um diploma apenas. Advogar é estar munido de ferramentas capazes de fazer valer o procedimento judicial e acreditar que a justiça prevalece.
Alguém já falou que o advogado é um primeiro juiz. Pois é, concordamos com esta assertiva, pois é o advogado quem faz a primeira triagem acerca de um caso, analisando-o e sabendo onde pode aplicar corretamente os dispositivos constantes na jurisprudência. Ser um Advogado não é apenas ostentar um título e uma carteira da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Não restam dúvidas que a sobriedade, discrição, temperança, prudência, seriedade e comprometimento fazem parte da profissão.
Nada adianta ser arrogante, vaidoso e andar de peito inflado, pois o que o povo clama e reclama é por uma justiça acessível. Clama por uma justiça sem rodeios, justiça com resultados. Taí um tema acertado: Justiça com resultados. A sociedade está desconfiada do sistema. Não acreditam nos profissionais e desconfiam da lisura de caráter dos mesmos. Ações feitas por uma pequena fatia de advogados ‘desviados’ dos reais comprometimentos da linda profissão, finda por fazer crescer o descontentamento da sociedade em torno dos operadores de direito. Não raro, escutamos jargões dos mais torpes possíveis acerca da profissão. Uma lástima! O Brasil está à procura de verdadeiros líderes que estejam dispostos a contribuir positivamente para o prevalecimento da advocacia. Temos sim, inúmeros advogados compromissados e competentes, mas precisamos de muito mais.
A advocacia é antes de tudo uma arte. É uma função social que desenvolvemos para o povo, para a comunidade. Não é mister ser ‘brabo’ e dizer: Vou ser advogado! Basta ser justo, leal, sincero, bom ouvinte, probo e destemido; sabendo que muitos são os espinhos do caminho e que árdua é a profissão. Noites escuras certamente virão, não podemos esconder esta realidade. No entanto, o que mais nos leva a perseverar, é podermos, no final de mais um dia de labutas, reclinar nossa cabeça no travesseiro e dormirmos sossegados, convictos da sensação de missão cumprida. O eminente jurista Yves Gandra da Silva Martins, diz que não são lembrados os pusilânimes (covardes, fracos) que desistiram da jornada, da caminhada, mas os que foram ousados, e que, em alguns momentos humilharam reis e deram de beber aos leprosos como o legendário El Cid.
Autoria: Fátima Burégio
Recanto das Letras